Hoje foi dia de Matemática.

Hoje foi dia de matemática, aliás todo dia tem matemática por aqui. O que houve de diferente então?

O que aconteceu é que a aula de matemática, geralmente ocorre no segundo momento, após a aula de português… mas hj não. Hoje foi bem diferente. E estressante também.

Por conta do meu aniversário, Vovó ficando mais velha (o episódio aconteceu dia 02 de fevereiro), o pequeno serzinho, a minha linda, meiga e doce sanguínea, achou que estaria livre, sem aula alguma.

Demorou para tomar o café, demorou na higiene pessoal (aliás seus dentes nunca foram tão bem escovados como neste fatídico dia), demorou na troca de roupa, o cabelo então, foi um dilema à parte, ora colocava tiara, ora amarrava…, demorou em encontrar o estojo, quando encontrou o estojo o lápis não estava dentro.

Só foi extremamente ágil no quesito me tirar do sério. Tentei me manter firme, rezei em silêncio várias orações da Ave Maria e por algumas dezenas de vezes a Oração de São Bento. Não queria perder o fio de paciência que amarrava minha explosão. Tenho feito um propósito de controlar minhas vontades e minha impaciência. Sou mandona, gosto das coisas do meu jeito. Sou organizada e sofro quando as coisas me fogem ao controle.

Procurei me manter o mais serena possível diante daquela situação, embora por dentro estivesse explodindo. E para espanto de todos, principalmente para mim mesma, eu consegui. Não explodi. Não elevei a voz, não gritei.

E, quando por fim ela entendeu que sua vontade não iria prevalecer, que de nada tinha adiantado testar minha sanidade mental, demos início aos estudos.

A única coisa que cedi foi justamente em relação a matemática, pois depois de chorar um pouco ela disse: vó, a gente pode então começar pelo menos hj com matemática? E nesse momento eu cedi.

–  Podemos sim!

…

Decidi compartilhar este fato com vocês, pois tenho sido questionada por várias mães, e até mesmo por professoras, que me seguem no Instagram @limasocorro, sobre o fato de não conseguirem manter a atenção e o foco constante de suas crianças no momento dos estudos. Mães que pensam até em desistir de ensinar os filhos por não se acharem capazes.

São vários os comentários que recebo via direct, mensagens do tipo:

• Gostaria que meu filho se comportasse como a Pacotinho (para quem ainda não sabe, Pacotinho é a minha neta Maria Júlia).
• Como faço para que meu filho se comporte durante as atividades?
• Aqui em casa meu filho chora na hora do dever.
• Meu aluno não se concentra.

e por aí vai…

Pois bem, por aqui também tem choro (de ambas as partes), reclamação, tolice. Algumas vezes é o braço que dói, a mão que está cansada, a borracha que desaparece, um mosquito que picou, a etiqueta da blusa que incomoda.

Sim, aqui também não é perfeito. Como não é perfeito em nenhum lugar deste mundo. As crianças sempre irão tentar escapar deste momento, pois estudar é cansativo, exige esforço e dedicação.

Quem não preferiria curtir uma praia ao invés de uma pilha de louça? Quem não preferiria ficar em casa maratonando uma série ao invés de encarar um chefe mal educado e um trabalho maçante?

E porque não o fazemos? Porque temos responsabilidade. Porque mesmo que seja cansativo sabemos que é nossa obrigação.

Assim devemos também ensinar nossas crianças a terem responsabilidade. A compreenderem que nada se consegue sem esforço e dedicação.

Fica aqui a dica da Vovó, não desanimem, pois os frutos colhidos serão maravilhosos. Controlem as vossas vontades, sim a vontade de que as crianças reajam e ajam da forma que desejamos. Trabalhe sua paciência e o autocontrole. Não comparem seus filhos com outras crianças. Eles são únicos, especiais e devem ser tratados como tal.

Beijos da Vovó!